A decodificação neural revela segredos da navegação
Título: O cérebro humano navega com precisão, mesmo sem visão ou audição
O cérebro humano consegue se orientar mesmo na ausência de visão ou audição, de acordo com um novo estudo da Harvard Medical School. Os resultados indicam que a cognição espacial dos seres humanos é resiliente e pode se desenvolver apesar da falta de uma ou duas das principais formas de percepção sensorial.
Os pesquisadores estudaram os cérebros de 11 voluntários com perda de visão e cinco com perda de audição. Ao usarem uma tecnologia de imagem do cérebro (ressonância magnética funcional), observaram que as mesmas regiões do cérebro envolvidas na navegação em pessoas com sentidos intactos estavam ativas nos participantes com deficiências sensoriais. Isso sugere que o cérebro pode usar outras informações sensoriais disponíveis para criar mapas mentais do ambiente.
A equipe também examinou a capacidade dos participantes de se orientar em um ambiente virtual usando tecnologia 3D. Eles descobriram que os voluntários cegos poderiam criar mapas mentais precisos e navegar por eles, mesmo sem a ajuda da visão. Da mesma forma, voluntários surdos poderiam se orientar no ambiente virtual com base na visão, mesmo na ausência de sinais auditivos.
Esses achados sugerem que o cérebro humano se adapta à ausência de informações sensoriais e aprende a usar outras formas de percepção disponíveis. Além disso, eles destacam a resiliência cognitiva humana que permite às pessoas continuar a navegar o mundo ao seu redor, mesmo quando algumas de seus sentidos principais não estão disponíveis.
O estudo oferece um novo entendimento sobre como os cérebros compensam a falta de visão e audição. Isso pode levar ao desenvolvimento de novas estratégias e tecnologias para ajudar pessoas com deficiências visuais e auditivas a se orientarem e se moverem de forma mais segura e eficaz em seu ambiente.
Embora a pesquisa traga descobertas fascinantes, os autores apontam que é necessário mais trabalho para compreender como essas adaptações ocorrem no cérebro. Os futuros estudos poderiam focar em como diferentes tipos de informações sensoriais são integrados para formar uma cognição espacial precisa e como essa integração é alterada em pessoas com deficiências sensoriais.
A pesquisa foi publicada na revista PLOS One e financiada pelo National Institutes of Health.
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