Quantidade de oxigênio recebida da placenta ao nascer pode impactar o desenvolvimento cognitivo
Título: Quantidade de oxigênio recebida da placenta ao nascer pode impactar o desenvolvimento cognitivo
Um novo estudo lança luz sobre a importância crucial do nível de oxigênio que um bebê recebe no nascimento. De acordo com pesquisadores da Northeastern University, a quantidade de oxigênio que um bebê recebe da placenta na nascença pode ter implicações para o desenvolvimento cognitivo até a idade adulta.
A idéia do estudo surgiu de pesquisas anteriores que descobriram que o oxigênio disponível para um feto pode afetar seu desenvolvimento. Os pesquisadores sugerem que a falta de oxigênio durante o nascimento (hipóxia) pode levar a déficits cognitivos e neuromotores.
“Agora sabemos que o nível de oxigênio em um ponto crítico no início do desenvolvimento da vida pode ser importante para a forma como o cérebro cresce e como se desenvolvem nossas funções cognitivas”, explica Rebecca Shansky, professora associada de psicologia na Northeastern. "Isso pode nos ajuda a entender a raiz da disfunção cognitiva em humanos e em animais".
Os pesquisadores realizaram seus estudos em ratos, que têm muitas características do desenvolvimento do cérebro semelhantes às dos humanos. Usando um método chamado clampeamento do cordão umbilical, os pesquisadores foram capazes de simular condições de baixa oxigenação do nascimento.
Os resultados mostraram que os ratos que receberam menos oxigênio durante o nascimento tinham déficits cognitivos mais significativos do que aqueles que receberam mais. Estes ratos tinham menores habilidades de localização do espaço, provando ser menos capazes de navegar por um labirinto de água.
A estrutura cerebral dos ratos também foi afetada. Os pesquisadores notaram uma diminuição no volume do hipocampo - a região do cérebro responsável pela memória e pelo aprendizado.
De acordo com Shansky, trata-se de uma observação importante, pois sugere que a experiência do nascimento de um indivíduo pode ter um impacto de longo prazo sobre a saúde mental. "Isso realmente pode mudar a maneira como pensamos sobre como o cérebro se desenvolve", diz ela, "e pode nos ajudar a entender alguns dos mecanismos que conduzem à doença mental".
A pesquisa abre o caminho para uma melhor compreensão dos primeiros marcadores da doença mental e pode ter implicações para a forma como os cuidados pré-natais são fornecidos. Para famílias com histórico de problemas mentais, isso pode significar intervenções mais cedo para garantir que os bebês nasçam com uma circulação adequada de oxigênio.
No entanto, mais pesquisas são necessárias para explorar completamente o papel do oxigênio no desenvolvimento cognitivo. Mecanismos complexos ligam os níveis de oxigênio no nascimento a longo prazo no desenvolvimento cerebral, e a equipe está ansiosa para explorar essas conexões em futuros estudos.
Comentários
Postar um comentário