Sensibilidade ao som em indivíduos com autismo pode ser geneticamente influenciada

Título: Sensibilidade ao som em indivíduos com autismo pode ser geneticamente influenciada

Um novo estudo publicado no Autism Research revela uma base genética para a sensibilidade aumentada ao som em pessoas com autismo. O estudo sugere que estar em um ambiente barulhento pode ser uma tarefa muito desafiadora para pessoas com autismo devido à sua hipersensibilidade auditiva.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Linköping, na Suécia, juntamente com uma equipe britânica da Universidade de Newcastle, exploraram a razão por trás dessa hipersensibilidade ao som em indivíduos com autismo. Eles buscam entender se a genética poderia ter um papel importante na determinação dessa sensibilidade ao som.

No decorrer da pesquisa, os cientistas observaram que a variação em um gene enzimático específico, denominado HTR7, estava significativamente associada à sensibilidade ao som em pessoas com autismo. Este gene é conhecido por ser crítico para a transmissão de serotonina, um neurotransmissor importante no cérebro.

Estas descobertas sugerem que as variações genéticas no gene HTR7 podem causar uma alteração no funcionamento da serotonina e, consequentemente, influenciar a forma como as pessoas com autismo percebem e processam os sons.

"O que observamos foi que as variantes deste gene específico podem influenciar o quão sensíveis as pessoas com autismo são aos sons. Em outras palavras, sugere que variações genéticas podem afetar características fenotípicas no autismo", explica Christopher Gillberg, Professor de Psiquiatria Infantil da Universidade de Gotemburgo e coautor do estudo.

É importante destacar que essa pesquisa é correlacional, o que significa que não pode provar uma causa direta e efeito. Embora haja ligação entre a variação do gene HTR7 e a sensibilidade ao som, os pesquisadores ainda não podem afirmar definitivamente que a variação deste gene é a causa direta da hipersensibilidade ao som nos indivíduos com autismo.

Apesar dessas limitações, a pesquisa é um passo importante no entendimento de como a genética pode influenciar as diferenças na percepção sensorial em pessoas com autismo. Isso poderia potencialmente levar a novas abordagens terapêuticas para ajudar esses indivíduos a lidar melhor com o ambiente sonoro ao seu redor. 

No entanto, ainda há muito a ser aprendido sobre a relação entre a genética e a sensibilidade ao som no autismo. Os pesquisadores planejam continuar a investigar esse campo para obter uma melhor compreensão da base genética da hipersensibilidade ao som e como ela se manifesta em indivíduos com autismo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Efeitos do Café no Cérebro e Como Consumir Corretamente.

A insônia faz você se sentir até dez anos mais velho.

Dilatação das Pupilas: Uma Janela para a Memória de Trabalho?