Na Tomada De Decisão, As Vitórias Passadas Moldam Escolhas Futuras



Por Leo Garcia


Na Tomada De Decisão, As Vitórias Passadas Moldam Escolhas Futuras


A tomada de decisão humana é um campo de estudo fascinante e complexo, especialmente quando os resultados são incertos. Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de Tsukuba lança nova luz sobre como decisões passadas influenciam as escolhas futuras, tanto em humanos quanto em macacos. Utilizando um novo modelo denominado “teoria da perspectiva dinâmica”, a pesquisa oferece uma compreensão mais precisa dos mecanismos envolvidos na tomada de decisão sob incerteza.


 Compreendendo a Teoria da Perspectiva Dinâmica


O estudo baseou-se na integração de dois modelos predominantes na economia comportamental e na neurociência: a teoria da perspectiva, que descreve a tomada de decisões sob risco, e a teoria da aprendizagem por reforço, que trata do aprendizado baseado em experiências anteriores. A combinação dessas teorias resultou na “teoria da perspectiva dinâmica”, que oferece uma visão mais abrangente da tomada de decisão.


Para testar este modelo, os pesquisadores pediram a 70 participantes humanos que escolhessem repetidamente entre duas loterias com diferentes tamanhos de recompensa, probabilidades e riscos. Os resultados mostraram que, após experimentarem um resultado maior do que o esperado, os participantes passaram a se comportar como se a probabilidade de ganhar na próxima loteria tivesse aumentado. Esse comportamento foi observado mesmo quando as probabilidades de ganhar foram claramente descritas aos participantes e eram independentes dos resultados anteriores.


Resultados Surpreendentes


Essa descoberta intrigante foi replicada em testes subsequentes com macacos, cujos cérebros são semelhantes aos dos humanos. Os macacos também mostraram um comportamento semelhante, sugerindo que a percepção de probabilidades pode ser universal entre primatas. O estudo mostrou que a mudança no comportamento dos participantes e dos macacos era impulsionada por uma alteração na percepção das probabilidades, e não por uma reavaliação das recompensas.


O professor assistente Hiroshi Yamada, autor sênior do estudo, destacou a surpresa dos pesquisadores ao observar que mesmo quando o aprendizado das probabilidades não era necessário, os participantes e os macacos ainda mostravam um comportamento influenciado por resultados passados. “Esse comportamento é surpreendente porque as probabilidades de ganhar foram claramente descritas aos participantes (os participantes não precisavam aprendê-las com a experiência) e essas probabilidades também eram completamente independentes dos resultados anteriores”, disse Yamada.


Implicações para a Neurociência e a Psicologia


Os resultados deste estudo têm implicações significativas para a compreensão dos mecanismos cerebrais envolvidos na tomada de decisão sob risco. Em particular, a pesquisa sugere que os humanos e os macacos podem compartilhar mecanismos neurais semelhantes que governam a percepção de probabilidades e recompensas. Isso abre novas possibilidades para explorar como essas percepções influenciam o comportamento em situações de risco.


Além disso, o estudo destaca a importância de considerar tanto os aspectos cognitivos quanto os emocionais na tomada de decisão. A tendência de ajustar a percepção das probabilidades com base em resultados passados pode ser vista como um mecanismo adaptativo que ajuda os indivíduos a lidar com a incerteza. Essa adaptação pode ter evoluído para maximizar as chances de sucesso em ambientes imprevisíveis.


O Papel da Aprendizagem por Reforço


A teoria da aprendizagem por reforço desempenha um papel central na explicação de como os indivíduos aprendem com a experiência. Este estudo mostrou que, mesmo quando as probabilidades são claramente definidas

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